O problema do "deixa a vida me levar"

Espontaneidade. É a palavra que muitas pessoas que chegam até mim usam como justificativa para uma vida sem planos. 

Espontaneidade é vista como sinônimo de leveza, de fluidez. E não é o que tenho visto em mais de 250 conversas com Comunicadores. Estes, estressados, sofrendo burnout e com doenças psicossomáticas. 
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Eu digo isso com propriedade, pois fui uma pessoa assim. Mulher, filha de um músico e de uma professora, sempre vi no estudo e no trabalho as oportunidades para se ter uma vida melhor. Além disso, o fator insegurança e ansiedade, me fizeram ter que provar o meu valor para muitos chefes e clientes, por anos. Resultado: uma jornalista que não entendia sobre o mercado e os modelos de negócio de comunicação, que trabalhava 14 a 18 horas por dia. Atendendo demandas, apagando incêndios. Obviamente, meu corpo não aguentou. 

A vida, por três vezes, vinha me mostrando que eu precisava ter mais conhecimentos sobre organização. No primeiro aviso da vida, foi uma gastrite que me tirava das aulas de pré-vestibular e me levava ao soro no hospital. Não entendi a mensagem e segui em frente, forçando uma Carina a estudar e vencer mais. 

No segundo aviso, eu tinha uma agência de comunicação em que a gestão era caótica. Eu não sabia, mas aprendi anos depois como resolver isso. Na época, olhando a tela do computador, em um dia normal de 16 horas de trabalho, me veio uma baita dor de cabeça que minha equipe teve que me deitar no sofá para respirar. Não entendi. Segui. Aí minha imunidade caiu e tive uma infecção nas amigdalas que me fez entrar para uma sala de cirurgia. Epa epa epa. Tem algo que eu tenho que rever em mim. Algo errado que não está certo! Decidi mergulhar na terapia. Entre choros e avanços, mudei de profissão e virei professora universitária na área de Comunicação e Jornalismo. Estava ouvindo o meu interior. 

No terceiro aviso, eu já estava mais madura. Foi agora, ano passado. Muita terapia, tratamentos médicos e sistemas de organização (a madurona rs). Em uma oportunidade de dar aulas com as matérias que eu mais amava, eu realizei um sonho. Após dois anos, em mudanças internas da universidade, me enfiaram goela abaixo uma disciplina prática em que eu teria que atender 470 alunos e, com mais as outras disciplinas do semestre, somavam-se 700 alunos. Horas extras e cansaço não contabilizados. Eu pedi ajuda aos superiores. Falaram que iam ajudar, mas não fizeram nada. E eu? Segurei a bronca, mas ao final do semestre estava com sangramento intestinal e inflamação. Eu não dormia, meu corpo tremia de tanto trabalhar. Um sofrimento físico que não trouxe aumento de salário. Eu amava meus alunos e meus colegas de trabalho. Mas meu corpo não aguentou. Desta vez eu entendi e me escutei. 

Larguei aulas, larguei grupos de TCC que eu orientava e pedi demissão, com muito medo do que iria acontecer com minha saúde. Além disso, o que eu ganhava lá atendendo enlouquecidamente 700 alunos, eu conseguiria atender melhor e com mais qualidade, cerca de 10 alunos na minha própria escola online, por mês. Abri a minha edtech: a Expande Educação. Percebo que fiz a escolha certa. Por mim e pela qualidade do ensino. Amo meus alunos e continuo fazendo o que gosto. Do meu jeito. 

Gente, a vida é baseada em escolhas. Mas como escolher se você não sabe como tudo funciona? Esse mistério chamado vida? O que você ainda não conhece que pode te ajudar exponencialmente? O que você precisa conhecer para melhorar? 

Nesse lance de autoconhecimento (que se mostrou bem diferente do que a gente lê em autoajuda) eu percebi que era uma pessoa controladora. O estresse e ansiedade vinham quando a vida fazia curvas e ia para direções que eu não imaginava. Não, pera aí, volta para onde estava! Não, por que isso deu errado? Não é possível que o dinheiro não entrou! Depois de mais de dez anos nestas situações percebi que meu combustível era raiva, pois eu queria tudo do meu jeito, oras! 

Isso é o clássico do controle. Inclusive, eu queria controlar a vida e caminhos dos outros: do meu pai, da minha mãe. E sofria por eles não pensarem na vida da mesma forma que eu. Olha que absurdo! 

Depois de muita terapia entendi também que eu não conhecia o meu ritmo. Colocaram na minha cabeça que viver na correria e que jornalista não dorme era o segredo do sucesso. Um grande engano. Essa crença liberal, quase me esmagou. 

Eu fui tentando consertar cada área, depois que conheci o tal do exercício da Roda da Vida. Vi que, se eu não curar e melhorar minha saúde (que vinha sofrendo de gastrite, ansiedade, problemas intestinais, de alergias, ginecológicos, nos rins), nada ia melhorar. Saúde é o que interessa, o resto não tem pressa. 

E, ultimamente, entendi que eu alcanço meus objetivos sabendo minhas prioridades em cada área da vida para, aí sim, dar a estas tarefas e ações o meu ritmo: que entendi que é bem mais lento e gostoso do que vinha fazendo ao longo dos anos. Ninguém mais vai me impor um ritmo. O meu ritmo é como eu me sinto melhor. Eu tenho direito de fazer as minhas escolhas. 

Isso é organização e autoconhecimento, meus queridos. Foi muito trabalho para transformar controle em ritmo, controle em organização fluida. Mas eu quis. Fui atrás, me descobri, entendi as crenças que foram impostas por outros, entendi o que me desagradava, o que eu não suportaria mais. 

Meu tempo para trabalho é sagrado. Assim como meu tempo para DESCANSO. Eu enfrentei mundos e pessoas para conseguir isso. Abri a minha empresa, desde 2012. Melhorei meus processos para trabalhar melhor, evitando me desgastar e ficar doente. No meu ritmo, sem engessar agenda, fluido, cuidando do meu sono, da minha saúde. Afastei pessoas nocivas, centralizei meus estudos, organizei minha vida, minha agenda. E o mais importante: soltei o que não posso controlar. 

Quer aprender como você pode fazer isso, diante da sua rotina? Pois participe da Black November da Expande Educação. Em 01 de dezembro de 2022, começam as aulas do curso Gestão de Tempo: para a saúde mental de Comunicadores Sociais. Venha aprender comigo como conquistar seus objetivos de forma assertiva e com menos estresse. Simbora!